nada

2421 palavras 10 páginas
A experiência da leitura de “O Contrato Social” foi de contato com uma teoria política que está localizada na fronteira entre o romantismo e o realismo. Pois ora se ergue fortes argumentos em favor da democracia direta e irrestrita como única possibilidade de efetivação da liberdade, e ora essa mesma liberdade é posta a longas léguas das possibilidades políticas ao homem em sociedade. Em outras palavras, a sensação foi de que há um pêndulo argumentativo na teoria de Rousseau que vai da radicalidade da crítica e do objetivo a se alcançar através da política, e a volta a dura realidade das possibilidades colocadas ao homem, sobretudo, o homem burguês que nada investe a não ser pelo lucro e o proveito próprio. Esse movimento, creio eu, já pode ser encontrado na famosa frase com que o autor abre o Capítulo I do Livro I: “o homem nasce livre e em toda parte é posto a ferros”. Num primeiro momento, a liberdade existe, aliás é inata, contudo estamos postos a ferro e constrangidos pela sociedade.
Essa primeira frase também contém o problema que Rousseau está se colocando a resolver na obra, qual seja, como, vivendo em sociedade, o homem pode ser livre? Seguindo os passos de Milton Meira do Nascimento, em texto sobre o autor, se no livro “Discurso sobre a Origem da Desigualdade”, Rousseau se preocupa em fundamentar como a sociedade corrompe os homens, posto que esses naturalmente nascem bons e valorosos, é no livro “O Contrato Social” que o filósofo vai propor o caminho de volta. Isto é, como a sociedade, que ora corrompeu o homem e constrangeu sua liberdade, pode, digamos, botar-lhe em contato com sua própria natureza e dar-lhe novamente a liberdade, não mais a natural pois essa ficou para trás, mas uma superior, a liberdade civil?
Diferente do que se estabeleceu vulgarmente sobre o autor, o caminho à liberdade civil não se dá através da Democracia por excelência. A Democracia para Rousseau é mais uma forma de governo cuja eficiência para a realização de uma verdadeira

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