nada nada nada
CORPO, SOCIEDADE E ESCOLA: SENSIBILIDADE EDUCATIVA
José Gregório Viegas Brás
Universidade Lusófona
Existem filmes que dão a imagem de maneira acelerada do crescimento de uma planta, da formação de uma montanha, do curso de um rio, do desabrochar de uma flor ou do crescimento de um animal. Num curto espaço de tempo fica-se com a imagem dos pontos percorridos no trajecto. Suponha agora que podia representar da mesma maneira a Educação Física de uma criança (do nascimento até à idade adulta) e sendo você o realizador do filme, que tipo de cenas escolheria para explicar o processo de construção do corpo? Um processo análogo `a formação de um mineral?
Será que optaria por uma abordagem mais zoológica? Ou antes pelo o rigor matemático dos engenheiros que colocam na construção das pontes? À falta das imagens convidamo-lo a ler o texto e a imaginar o nosso filme.
Marcel Mauss, entre outros, demonstrou a interdependência dos domínios físico, psíquico e social. Em seu entender, o “bom uso” do corpo está relacionado com o “mapeamento sociocultural” relativo ao tempo e ao espaço. Como diz na sua obra
(1974:211) sobre as técnicas do corpo, este é a matéria-prima que a cultura molda as diferenças sociais. Quer dizer que ser corpo é emergir da condição/estado natural.
O homem ao ter optado pela associação como forma de dar resposta satisfatória aos problemas e salvaguardar a sua vida, resultou daí que as consciências individuais pela acção e retroacção de umas com as outras, deram origem ao nascimento de uma realidade que é a sociedade com a sua maneira de pensar, de agir e de sentir, diferente da que é característica dos indivíduos que a compõem
(Durkheim, s.d.: 164)
É o que refere Ruth Benedict (s.d.:60) o conjunto “não é apenas a soma das partes mas o resultado de um