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Há algum tempo, a fábrica da Goodyear em Americana, no interior de São Paulo, tem intrigado os auditores internacionais da empresa, a maior fabricante de pneus do país. A fábrica tem a mesma tecnologia e os mesmos equipamentos de outras unidades do grupo pelo mundo. Os técnicos também não encontraram diferença nos processos de produção nem nos recursos materiais disponíveis. Entretanto, a filial brasileira tem sido consistentemente a melhor em itens como desperdício, segurança, qualidade e conservação de energia. A vantagem da fábrica de Americana, disseram eles depois de várias auditorias, estava nas pessoas. "Nossos concorrentes vão demorar 10 anos para formar funcionários criativos e motivados como os da Goodyear", diz o americano Michael Roney, presidente da Goodyear do Brasil.
O que a Goodyear está fazendo para ter funcionários como os descritos por Roney? Em primeiro lugar é preciso esclarecer que, para quem mora em Americana, tradicional pólo da indústria têxtil onde o bem-estar (ou o mal-estar) econômico acompanha o vai-e-vem das tecelagens, trabalhar na Goodyear pode significar a sorte grande. "É o melhor salário da região, sem contar os benefícios", diz Admilson Medeiros, com 14 anos de empresa. Em segundo lugar, a Goodyear é uma grande família. São famosos, por exemplo, os mutirões nos quais uns ajudam a construir as casas dos outros - o que explica por que 90% dos empregados da Goodyear têm casa própria. O trabalho é seguido de churrasco e cerveja por conta do dono da casa. Todos os sábados, a fábrica é aberta para visitas de parentes e amigos. Os funcionários são os guias dos visitantes. O Clube das Mulheres promove cursos e reuniões periódicas para as esposas. O Teenagers Program realiza festas e encontros esportivos e de lazer nas férias escolares dos filhos de funcionários. Em julho, 1 019 crianças participaram do programa. A Praça dos Esportes é um clube completo para toda a família. A média de visitantes é de 400 pessoas por dia. Além de espaço