Na Metrópole - Fichamento
Magnani (2000), ao longo do texto nos justifica a importância de fazer uma antropologia urbana e de observar os significados contidos nos locais de lazer das cidades. A princípio, ele nos fala das transformações que a antropologia foi sofrendo ao longo dos anos. Sendo que uma das grandes transformações descritas pelo autor no decorrer do texto é a diminuição do caráter comparativo, no caso entre povos “civilizados” e povos “primitivos” que a antropologia foi adquirindo.
De acordo com Magnani (2000), a antropologia, com o passar do tempo, deixa de designar como sendo atrasado aquilo que é diferente, passando então a preocupar-se com a diversidade cultural.
Entretanto, essa diversidade cultural que a antropologia se preocupa não é só observada em povos distantes. Nos grandes centros, observa-se uma infinidade de grupos. Entretanto, como ressaltado por Magnani (2000), essa diversidade não deve ser só observada, mas também devem ser entendidos os significados desses comportamentos.
O autor nos fala das contradições urbanas (forma de trabalho, relações impessoais, desigualdade social, violência), mas se atem aos locais de lazer dos habitantes da cidade, nos dizendo que esses locais são dotados de significados relevantes. Assim,
“ é possível mostrar que a cidade oferece também lugares de lazer, que seus habitantes cultivam estilos particulares de entretenimento, mantêm vínculos de sociabilidade e relacionamento, criam modos e padrões culturais diferenciados”. ( MAGNANI, 2000, p 19)
Assim, diferente do que foi e ainda é visto por muitos, o lazer vai muito além do que um momento para repor o esforço que foi feito durante a jornada de trabalho. O lazer representa uma forma de encontro e também entretenimento que proporciona o estabelecimento, a revigoração e o exercício, “de regras de reconhecimento e lealdade que garantem a rede básica de sociabilidade”, segundo Magnani (2000).