Músicas de Protesto
É certo que o ser humano necessita da arte para representar seus sentimentos, é um animal musical e cultural. Toda manifestação tem suas músicas que mais cedo ou mais tarde vão ser construídas ou apropriadas para uma nova situação. Músicas novas recém-criadas e antigas que ainda são usadas. A música ou a criação de marchinhas durante os protestos sempre é a melhor manifestação artística para o momento, onde todos podem cantar em coro, juntos, com refrões simples que pode estar facilmente na boca do povo em qualquer lugar e a qualquer hora.
DITADURA MILITAR
O golpe militar de 1964 instaurou no Brasil uma forte censura, praticada através dos Atos Institucionais (AI’s) criados para aumentar a repressão do Estado sobre a população ou qualquer manifestação que fosse contrária ao governo imposto no país. Não demorou para a música – enquanto manifestação artístico-cultural de forte teor político – estar entre os principais alvos da censura. Mas nem isso calava a voz dos artistas.
Vale ressaltar que nem todas as músicas foram criadas como forma de protesto. Por exemplo, alguns cantores, como Caetano Veloso e Gilberto Gil, compunham músicas com forte teor político e social, mas nem sempre faziam críticas diretas à ditadura. Porém, são citadas por fazerem parte de um momento histórico único em nossa história, caracterizado pela efervescência cultural.
Cale-se: A MPB e a Ditadura Militar é um livro que trata das letras das canções compostas nos anos mais duros da ditadura (1964 a 1974), e reforça a ideia de que a música serviu – e serve – como uma importante ferramenta de comunicação, carregando mensagens (as mais variadas possíveis) com as palavras e frases que formam suas letras.
“Caminhando (Pra não dizer que falei das flores)” é uma música de Geraldo Vandré, lançada em 1968. Vandré foi um dos primeiros artistas a ser perseguido e censurado pelo governo militar. A música foi a sensação do Festival de Música Brasileira da