Música e mídia
Gilberto André Borges
Refletir sobre a questão da mídia é tarefa fundamental a todos que direta ou indiretamente sofrem a sua influência em seu campo de trabalho. Neste espectro, inclui-se a classe musical. Como a mídia atua em nosso meio? Qual o tamanho de sua influência na música produzida hoje no Brasil? E as inovações tecnológicas, para onde vão nos levar?
Todas estas questões são abrangentes demais para serem discutidas em um trabalho sucinto como este, porém exemplificam o quão vasto é o raio de ação deste “poder” instituído, chamado mídia, sobre a nossa classe.
Após assistir aos vídeos da série “Música do Brasil” exibidos pela MTV e produzidos de Hermano Vianna foi possível vislumbrar um panorama parcial da produção musical no
Brasil. Tamanha é a diversidade das manifestações musicais em nosso país que mapeá-las por completo demandaria estudos mais aprofundados. Porém, é saliente nesta série de vídeos, o quanto a mídia influencia e ao mesmo tempo sofre as conseqüências do resultado de sua influência. O exemplo referente aos bailes funk, contido no vídeo “Antropofagia Cultural” ilustra perfeitamente isto. A difusão da música funk no Brasil se deu sobretudo nos anos 80, e sua proposta estava ligada a música de consumo. O funk era apenas mais um rótulo para se vender música estrangeira. Hoje, esta música retorna a mídia com uma proposta totalmente diferente. Reflete o modo de vida suburbano. Este lado que nossa sociedade tenta esconder por detrás de belas fotos em revistas e out-door`s. Trata-se de um novo uso a esta música atribuído pelas massas suburbanas. Esta música passou a ser usada como símbolo para exteriorizar o seu modo de vida.
Este exemplo evidencia o paradoxo. Ao contrário do que reza o senso comum, a mídia não detém o poder de determinar quais bens culturais serão aceitos pela massa. Mas