Mídia e o culto à beleza do corpo
O primeiro padrão de beleza estava ligado à necessidade de reprodução. As mulheres olhavam por homens de porte ereto, vozes grossas, que passavam a sensação de força, pois eram, geneticamente, os melhores pais para seus filhos, assim como , pelos mesmos motivos, os homens olhavam para mulheres fartas, com grandes seios e quadris largos. Esse padrão de beleza não foi refletido ou discutido, era instintivo e ancorado no que parecia reprodutivamente melhor para cada um dos sexos.
O primeiro padrão de beleza pensado surgiu na Grécia Antiga, há cerca de 2500 a.C. Os gregos lançaram a ideia de que a estética e o físico eram equivalentes ao intelecto na busca pela perfeição – os corpos bonitos eram aqueles que alcançavam a perfeita combinação de proporção e simetria, com silhuetas fortes e esbeltas, como é possível ver nas várias estátuas remanescentes desse tempo. A ideia de simetria e harmonia dos gregos perdurou até o início da Idade Média, onde, com uma mudança nos valores, a ideia de belo mudou novamente.
Nos primeiros séculos da ascensão da Igreja, o corpo feminino era considerado uma fonte de pecado, e passa a ser negado. Mas, ainda sim, havia uma certa preferência por mulheres de pele branca, olhos negros, seios pequenos e barriga levemente saliente, representando a ideia da maternidade (muito valorizada na época) – para alcançar esse ideal, algumas mulheres usavam enchimento na barriga, ironicamente contrastando com a fome existente no período.
Com o início do Renascentismo, os valores vinculados à beleza mudaram novamente, e um novo padrão foi estabelecido: o da riqueza e da opulência. Como somente os ricos não podiam trabalhar e tinham acesso a uma boa alimentação, os seres que