VALORES ESTÉTICOS E ESTIGMAS SOCIAIS LIGADOS AO CULTO À BELEZA
CULTO À BELEZA
Viviane Lima Martins
Doutoranda em Comunicação e Semiótica viviane_martins1@hotmail.com RESUMO
O presente artigo faz uma análise semiótica acerca da questão da estética e da beleza como forma de ascensão social, estabelecendo um paralelo aos estigmas que nascem a partir dessa valorização demasiada. Outro aspecto analisado diz respeito à posição do indivíduo que busca entrar nos padrões estabelecidos pela sociedade.
Palavras-chave: beleza, sociedade de consumo, estigmas
Abstract
The present article makes a semeiotics analysis concerning the question of the aesthetic and the beauty as form of social ascension, establishing a parallel to the stigmata that are born from this exaggerated valuation. Another analyzed aspect says respect to the position of the individual that searches to enter in the standards established for the society. Key words: beauty, society of consumption, stigma.
Introdução: A valorização da beleza
A palavra beleza liga-se a algo muito real, que desperta sentimentos intensos e inspira ações que vão da contemplação reverencial e silenciosa a ousadias de ordem conceitual e/ou material para desfrutá-la e/ou produzi-la, mas que também se furta a uma definição objetiva, remetendo a um sentimento abstrato. Segundo as definições do brasileiro Aurélio e do francês Larousse, respectivamente, beleza é registrada como
“coisa bela, muito agradável, ou muito gostosa” e “harmonia física, moral ou artística, que inspira admiração e encantamento”.
Cosméticos, maquiagem, cirurgia estética, dermatologistas, personal trainers, estilistas e profissionais da elegância permitem que os usuários possam mobilizar recursos e operar expedientes para “estar em boa forma”, ideal ardentemente perseguido. Conforme Goldenberg e Ramos (2001), o corpo está sendo apropriado por
Ano 2, nº 1, p.26-105, nov 2010
“muitos indivíduos ou grupos” como “meio de expressão (ou representação)