Mídia e política no brasil
Antonio Albino Canelas Rubim 1 e Fernando Antônio Azevedo 2
IV CONGRESSO LATINOAMERICANO DE CIENCIAS DE LA COMUNICACIÓN - 1998
Os estudos de comunicação e política no Brasil têm história recente no Brasil. Este texto pretende, de modo não exaustivo, rastrear seus itinerários, indicar suas tendências e, despretensiosamente, sugerir uma agenda de pesquisa para investigar este objeto de estudo que se constitui no lugar de convergência entre a política e a comunicação.
De imediato, pode-se evocar a situação político-econômica da país como um dos eixos determinantes da emergência recente destes estudos. A ditadura militar se possibilitou, através de uma política de comunicação específica, o desenvolvimento de uma lógica de indústria cultural e de uma ambiência comunicacional no país, simultaneamente reprimiu as interações possíveis entre política e mídia, sejam aquelas já presentes no período anterior aos Golpes de 64 e 68, sejam as novas modalidades de relacionamento possibilitadas pela acelerada expansão das mídias, em especial a televisão.
Este impedimento da política livremente se realizar na sociedade e em seus novos espaços (virtuais) de sociabilidade, engendrados pelas mídias, determinou, por conseguinte, que a eclosão significativa desta temática de estudos guardasse uma íntima conexão com a redemocratização do país e, em especial, com os embates eleitorais, que, neste novo contexto, se realizam em uma sociedade na qual a comunicação se tornou ambiente constitutivo da sociabilidade.
A Pré-História dos Estudos Sobre Mídia e Política no Brasil
Os estudos de comunicação num formato contemporâneo surgem no país nos anos 70, mas semelhante afirmativa não deve ser feita em relação às análises de mídia e política. Nos anos 70, em particular no seu período inicial, estes estudos eram quase inexistentes. Dentre estas poucas exceções podem ser citados: a significativa contribuição de Gabriel Cohn para a análise