Jornalismo cívico
Impacto concreto no mundo real
Nasce dos questionamentos sobre o papel da imprensa na promoção da cidadania uma das formas mais eficazes de Comunicação de Interesse Público dos últimos anos: o chamado Jornalismo Cívico. O debate em torno do Jornalismo Cívico surgiu nos Estados Unidos a partir da década de 1990. Seus pressupostos: uma nova forma de produção de notícias e de relacionamento entre jornalistas e o público, que passa a ser visto não apenas como uma massa de consumidores passivos de notícias, mas como cidadãos que devem ser engajados nos processos de comunicação e transformação social. O Jornalismo Cívico surgiu, entre outros fatores, como uma resposta às alegadas limitações da imprensa na construção da cidadania. As críticas à imprensa, nas últimas décadas têm tido várias formas e protagonistas, incluindo acadêmicos, os próprios jornalistas e também o público dos produtos de mídia. É um questionamento amplo, que se estende do monopólio de grandes grupos econômicos sobre os meios de comunicação de massa — e suas conseqüências — à lógica do escândalo, da agenda “negativa” (que prioriza avaliações negativas e notícias “ruins”) e da destruição de reputações que conduz o jogo político das sociedades democráticas modernas. Ao submeter-se a esses imperativos, a imprensa se afastaria das necessidades que a informação para a promoção da cidadania requer, distanciandose, portanto, do dia-a-dia do chamado “leitor comum” — embora ressalvas importantes sejam feitas quanto à atuação eficaz de setores da imprensa na cobertura dos desmandos dos governantes e poderosos e a um maior grau de liberdade de imprensa na fiscalização do poder nas últimas décadas. O sociólogo estudioso de mídia e comunicação, Jay G. Blumler, por exemplo, em um texto de 1995, “A crise para a comunicação para a cidadania1” (escrito, portanto, no calor das transformações profundas do sistema midiático do decênio de 1990), detecta uma deterioração no processo de