M dia e Politica
Há uma polêmica em torno do discurso de que prevalece uma americanização do modelo da propaganda política, cada vez mais adaptada à lógica da mídia. Afonso de Albuquerque, um dos principais teóricos da área de Comunicação no Brasil, argumenta que o nosso país desenvolveu um estilo peculiar de propaganda política. As suas idéias são trabalhadas em sua tese de doutorado “A batalha pela Presidência. O Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral na campanha de 1989”, defendida na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde atualmente leciona nos cursos de Mestrado e Doutorado em Comunicação. Consultor Ad Hoc do CNPq e da CAPES, Albuquerque tornou-se uma das referências na discussão sobre a interface mídia e política no Brasil, centrando os seus estudos tanto na análise da propaganda política como no papel da imprensa no jogo político. Por ser um dos pioneiros do campo da Comunicação Política no Brasil, o artigo descreve a trajetória acadêmica do autor e apresenta as suas contribuições teóricas para o campo da Comunicação e das Ciências Sociais Aplicadas.
A centralidade da comunicação e a interface mídia e política Discutir a centralidade do campo da comunicação remete à necessidade de se definir melhor o que é comunicar. Parte-se aqui da concepção de que o ser humano é um ser social, um ser político, capaz de criar simbolicamente a sua realidade. Thompson (1998) destaca as mudanças que se operaram na sociedade a partir da emergência da comunicação de massa. A interação face a face vem sendo acompanhada por novas formas de interação, mediadas pela tecnologia. A comunicação midiática gera transformações no cotidiano dos indivíduos, estabelecendo uma nova dimensão de espaço e de tempo. Em função do surgimento da comunicação de massa, Rodrigues (1990) define que os diferentes mídias (TV, rádio, internet, jornal, entre outras) integram o que ele denomina de campo midiático. Ele concebe como um campo próprio, que tem o papel de servir de mediador da vida