novas configurações das eleições
Antonio Albino Canelas Rubim, Universidade Federal da Baía
O tema da relação entre eleições e mídia aparece hoje, sem dúvida, como um dos mais significativos para a compreensão das novas configurações assumidas pela política na contemporaneidade, concebida como Idade Mídia. Cabe, por conseguinte, para a elucidação desta relevante temática, uma análise pormenorizada dos termos envolvidos na interação e, em seguida, uma tentativa de explicitar as consequências da atual tendência de imbricamento entre mídia e política.
O estudo centrado na interação entre mídia e política certamente na atualidade adquire mais interesse para as interfaces entre os campos da comunicação e da política, que as investigações antes predominantes da comunicação política, nas quais se realça o aspecto instrumental da comunicação e seu acionamento pela política, ou das políticas de comunicação, em voga nos anos 70 e 80, quando a ênfase recaía nos movimentos de reorganização societária das comunicações. Não que estas áreas percam importância acadêmica e interesse social, apenas se ressalta aqui um outro aspecto, que tem sido menosprezado, para uma necessária compreensão mais abrangente das essenciais conexões contemporâneas entre os campos da comunicação e da política.
Afinal o que vem a ser eleições?
Parece razoável começar a reflexão por esta instituição hoje quase natural(izada) da política. Em uma primeira aproximação, pode-se supor as eleições como um momento e um procedimento – ritualizado, periódico e legitimado - de escolha e investidura de dirigentes representativos para exercício de poder(es) na sociedade. Assim as eleições se aproximam e se diferenciam de outros procedimentos de escolha e investidura como a herança, a nomeação, a coaptação, etc.
A s eleições escolhem quem deve governar, quem vai ocupar lugares privilegiados de exercício de poder – seja ele executivo, legislativo ou, por vezes, judiciário – em instituições