Métodos de treinamento tático no futsal
Métodos de treinamento tático no futsal
Wilton Carlos de Santana
Mestre em Pedagogia do Movimento pela UNICAMP (SP)
Doutorando em Educação Física na UNICAMP (SP)
Érick Mombaerts, que já foi treinador de futebol do Paris Saint-Germain, enumera em um de seus livros (“Fútbol: entrenamiento y rendimiento colectivo”) alguns tipos de treinamento tático. Para ser mais exato, trata-se de meios de treino para fixar posicionamentos e ações coletivas ofensivas e defensivas, o que, na opinião do autor, seria necessário para “Assegurar a integração de certo número de automatismos táticos para colocá-los ao serviço do jogo coletivo (p.35)”.
Dá para concordar com o autor? Automatismo tático em se tratando de um esporte coletivo, primado pela diversidade de situações, que implica na resolução constante de problemas diversos? Embora o raciocínio pareça incompatível, penso que ele está certo, desde que isso, como ele mesmo aponta, esteja
“[...] ao serviço do jogo coletivo”. Portanto, todo treinador precisa adotar planos iniciais, criar alguns contornos estratégico-táticos para que a equipe possa atuar mais eficazmente.
A narrativa anterior não implica em assumir que o treino será uma reprodução de esquemas, de jogadas predeterminadas! O próprio Mombaerts é partidário da essencialidade cognitiva quando do ensinotreino do jogo. Lê-se no seu livro que “O futebol do futuro deve ser jogador tanto com a cabeça (perceberanalisar-decidir) como com os pés (p.11)”.
Em particular, quando se trata do treinamento tático, o autor afirma que “Ainda que seja preferível propor aos jogadores tarefas próximas à realidade do jogo, como por exemplo, as situações-problema, pode ser razoável passar por etapas transitórias, que facilitem a compreensão e a organização das ações coletivas (p.35)”. Aí está: os meios de treino a seguir configuram etapas transitórias, que longe de encarcerar o jogador num emaranhado de jogadas prévias, objetivam ajudá-lo a criar um quadro coletivo de
possibilidades