Musica Popular
O regime militar no Brasil, que se manteve no poder no país de 1964 a 1985, vigiava e controlava o espaço público e todo o enunciado político contra a ditadura, seu objetivo entre outros era desmobilizar a sociedade para manter o regime. No entanto mesmo com a censura nos veículos de comunicação em massa haviam mensagens políticas de resistência, no entanto para driblar a censura ocorrida , a musica popular brasileira em muitas de suas composições com letras de duplo sentido , enviavam sua mensagem aos militantes.
Nos documentos da DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), uma das instituições que mais perseguiam os artistas, havia uma demanda constante de suspeitas que seguiam critérios improvisados de perseguição; bastasse o artista participar de eventos estudantis, festivais, regravar artistas perseguidos, citar nomes políticos, entre outros fatores, para que o artista brutalmente fosse perseguido.
Qualquer composição musical ou declaração que chocasse a dita “normalidade” política da ditadura era registrado como suspeito.
Neste sentido , Napolitano (2004, p. 105) enfatiza que :
Dentro dessa esfera . o campo musical destacava-se como alvo de vigilância , sobretudo os artistas e ventos ligados a MPB ( Musica Popular Brasileira), sigla que desde meados dos anos 60 congregava a musica matriz nacional-popular( ampliada a partir de 1968 , na direção de outras matrizes culturais, como "pop"), declaradamente crítica ao regime militar . a capacidade de aglutinação de pessoas em torno de eventos musicais era uma das preocupações constantes dos agentes da repressão (grifo do autor). Classificava-se grupo de atuação comunista aqueles que eram formados por Francisco Buarque de Holanda, Edu Lobo, Nara Leão, Geraldo Vandré, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Vinícius de Moraes, Milton Nascimento, entre outros. Estes artistas conseguiam nas canções compostas , não somente falar sobre amor , mas