musica Gilberto Gil
O Rio de Janeiro continua sendo
O Rio de Janeiro, fevereiro e março
Alô, alô, Realengo - aquele abraço!
Alô, torcida do Flamengo - aquele abraço!
Chacrinha continua balançando a pança
E buzinando a moça e comandando a massa
E continua dando as ordens no terreiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho guerreiro
Alô, alô, Terezinha, Rio de Janeiro
Alô, alô, seu Chacrinha - velho palhaço
Alô, alô, Terezinha - aquele abraço!
Alô, moça da favela - aquele abraço!
Todo mundo da Portela - aquele abraço!
Todo mês de fevereiro - aquele passo!
Alô, Banda de Ipanema - aquele abraço!
Meu caminho pelo mundo eu mesmo traço
A Bahia já me deu régua e compasso
Quem sabe de mim sou eu - aquele abraço!
Pra você que meu esqueceu - aquele abraço!
Alô, Rio de Janeiro - aquele abraço!
Todo o povo brasileiro - aquele abraço!
"Meses depois de solto,ele veio ao Rio tratar da questão da saída do Brasil com o Exército. Na manhã do dia da volta para Salvador, foi visitar Mariah Costa, mãe de Gal; ali, na casa dela, ele começo Aquele Abraço. Finalmente ele ia poder ir embora do país e tinha que dizer 'bye bye'; sumarizar o episódio todo que estava vivendo, e o que ele representava, numa catarse.
"No avião mesmo ele terminou a música, escrevendo a letra num papel qualquer, um guardanapo, e mentalizando a melodia. Tanto que é uma melodia muito simples, quase de blues; como eu não dispunha de instrumento, teve que recorrer a uma estrutura fácil para guardar na memória. Quando chegou à Bahia, ele só pego o violão e toqoui; já estava comprometido afetivamente com a canção."
"Aquele abraço, Gil!" - "Era assim que os soldados me saudavam no quartel, com a expressão usada no programa do Lilico, humorista em voga na época, que tinha esse bordão. Ele até ficou aborrecido com a música; achou que deveria ter direito à canção. Mas ele aprendeu a saudação com os soldados. Ele não tinha televisão na prisão, evidentemente, mas eles assistiam o