Museu de Ciências da Terra: rastros da Memória da Mineralogia Brasileira
As modificações na paisagem do Rio de Janeiro são aceleradas pelo movimento de modernização iniciado nos séculos XVIII e XIX que dotou as cidades de civilidades como museus, universidades, academias, instituições de arte e templos de saberes, aonde afloravam signos compartilhados no convívio social, concatenado a uma dinâmica “europeizante” iniciada em 1808, quando a repentina migração da Corte gerou um “choque cultural” na população, composta por cativos e trabalhadores livres e a comitiva portuguesa. As transformações atingem seu ápice até então na primeira metade do século XX quando a rotina dos habitantes era marcada por novas formas de consumo e status no Rio de Janeiro, que já se acreditava civilizado.
Nas primeiras décadas da República a brisa moderna trazia a percepção da aceleração do tempo o que significava para alguns mal estar, para outros fonte de inspiração ao olhar a cidade como campo lúdico e de novas diversões, não apenas lugar do trabalho, mas da socialização. Nessa esteira temos fontes inesgotáveis como a literatura de João do Rio sob o Rio de Janeiro e seu olhar atento ao seu dandismo costumaz1. É nesse sentido que a cidade é mais um personagem que simplesmente um locus, trata-se de uma mudança epistemológica fundamental que dota os sujeitos de uma nova postura.
Em 1908, data do primeiro centenário da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, as elites republicanas compartilhavam a proposta de exibir para o mundo todo a modernidade e o esplendor da cidade, através de uma Exposição Nacional. A exposição Nacional de 1908, (Agrícola, Pastoril, Industrial e de Artes Liberais) em comemoração ao centenário de abertura dos portos às nações amigas, localizou-se na Praia Vermelha, Urca. Assim, um século após o desembarque do Príncipe D. João no Rio de Janeiro, a