MUROS
Thiago Augusto Wollmann
Graduando Universidade do Estado de Santa Catarina
208917@gmail.com
INTRODUÇÃO
A utilização de muros, grades, cercas ou de quaisquer barreiras semelhantes, que dividam fisicamente um espaço, é prática comum no perímetro de edificações das cidades na atualidade e é frequentemente legitimada por um discurso pautado em números que demonstram e ratificam a ascensão da violência urbana. Esses elementos, signos da cidade contemporânea, nos provocam questionamentos e nos convocam a realizar uma série de observações e interpretações através de diferentes perspectivas. Existem ainda os muros simbólicos, os quais não limitam terrenos, mas nos confinam cotidianamente em nossas individualidades. Dessa forma, é necessário ampliar o horizonte e buscar, além de compreender a existência e a função dessa “parte da cidade”, sua complexa relação com a sociedade que a produz, pois é esta quem lhe atribui significados.
A negação do espaço urbano – pelas classes dominantes e para as classes dominadas
A cidade é um espaço dinâmico, palco de uma infinidade de acontecimentos e relações que ocorrem simultaneamente, dessa forma, pode ser conceituada sobre diferentes olhares. Do ponto de vista social, a cidade é o espaço no qual uma sociedade diversificada vive, trabalha, consome, produz, circula, enfim, é o local no qual se dão múltiplas trocas e interações. Dessa maneira, ao se utilizar de um espaço pré-existente, um grupo social possui a capacidade de modificá-lo, seja pelo uso ou pela associação de novos significados. Em outras palavras, a cidade é não apenas o local de produção e reprodução da sociedade, mas também o produto dela.
Conscientes das relações de consumo e produção da cidade por um corpo social, somos inevitavelmente levados a considerar o mundo e as cidades nas quais vivemos, a fim de compreender o que a sociedade da qual participamos está consumindo e o que está produzindo no espaço. Nesse sentido, o