Mundo perfeito
Eu nem sabia responder a nada. Estava embalada naquele paraíso como um bebé no seu profundo sono. Fechei os olhos e toda a minha imaginação vinha ao de cima para conseguir transmitir o que via, uma paisagem inexplicável, para uma simples folha de papel… mas como? Como é que eu iria conseguir pôr aquele “meu mundo perfeito” numa folha tão pequena?
Olhava em frente e o que avistava eu? Bem, eu não conseguia parar de olhar para aquelas enormes montanhas que contornavam a forma do “meu paraíso”. Aquelas casas de todos os tipos e feitios eram como grãos de areia numa praia enorme. Sentei-me numas pedras que eram o mundo… Parecia que estava lentamente a escorregar...
As árvores com folhas verdes pareciam estar organizadas de uma maneira tão peculiar. Silêncio. Os pássaros cantavam, harmoniosamente, pareciam formar “uma banda”. Aquelas nuvens eram algodão doce que nos divertíamos a apreciar. As grandes pedras de granito eram animais adormecidos que nunca mais iriam acordar… Aquela mistura de cores fez-me pensar. Fiquei baralhada, mas porquê não arriscar?
Aquele era o cheiro que eu queria sentir todos os dias, o cheiro da liberdade, o cheiro da felicidade. Quem viveria ali, “no meu paraíso”? Crianças, idosos… mas isso não me interessava! Só queria que aquelas pessoas fossem felizes. O verde da vegetação simbolizava esperança e não era por acaso, pois não?
Mas, de repente, todo o “meu mundo perfeito” tinha desaparecido! Mas como? De uma maneira tão simples… Bastou-me abrir os olhos e voltei para “o nosso mundo”. Já não era o “meu paraíso”…
Ana Beatriz Matos (13 anos)