Mulheres x Tecnologia
A relação entre mulheres e tecnologia se configura, até os dias atuais, como elementos distantes e pouco correlatos. Apesar do status político e das conquistas nos campos científico e tecnológico alcançado por elas, é perceptível como a comunicação que envolve os aparelhos de alta tecnologia, criados para atender às necessidades de quem vive a vida moderna, independente de gênero, é apresentada à sociedade sob uma ótica eminentemente masculina.
Não é difícil perceber o ethos masculino que envolve os aparatos científicos de última geração. Percorrendo rapidamente as campanhas publicitárias de computadores, iphones, PDA’s e GPS, fica clara a negligencia sobre o papel indispensável que tem a mulher em sua relação de consumo e conformação destes inventos pós-modernos. A elas cabe anúncios de perfumes, utilidades domésticas e utensílios decorativos, como é possível constatar nas principais revistas voltadas para o público feminino.
A Apple, uma das mais famosas multinacionais do ramo de aparelhos eletrônicos e informática, foi premiada com sua propaganda “Apple Gênios”, uma das mais veiculadas na última década. A propaganda mostra personalidades representativas por mudar o mundo e “levar a raça humana ao seu desenvolvimento”. Nas áreas política e tecno-científica, apenas homens são lembrados como os formadores da história das grandes revoluções.
Essa desatenção, aliás, não data dos dias atuais. A negação da mulher na história da ciência e da informática é, conforme aponta as autoras Julia Schuartz, Lindamir Casagrande, Sonia Laszczynski e Marília Carvalho, constitutiva de uma ciência indiscutivelmente objetiva, universal, impessoal e masculina. Em Mulheres na Informática: quais foram as pioneiras?, é possível adquirir uma visão desmistificadora sobre o importante papel da mulher na construção e consolidação da tecnologia ao longo da humanidade. Algumas delas tiveram importância fundamental na criação de aparatos tecnológicos que