Mulher de farda
POLÍCIA FEMININA NO PARANÁ EM 1977
Andréa Mazurok Schactae
Ana Paula Vosne Martins (Orientadora)
(Doutorado em História UFPR/CAPES)
Palavras-chave: gênero e identidade, mulher militar, Polícia Feminina no Paraná Historicamente o Estado e as suas organizações de poder, como as instituições militares e as polícias, são espaços ocupados por homens, nos quais os seus símbolos e suas práticas são identificadores de masculinidades. Os heróis, as fardas e as armas são construções simbólicas do Estado e de uma masculinidade identificada pela violência, pela força e pela coragem. Essas construções são produtoras de identidades de gênero, afirmando um “saber a respeito das diferenças sexuais”, que é expresso em práticas, símbolos e leis que organizam e identificam o Estado e suas instituições.
O principal símbolo das instituições militares e policiais, que institucionalizaram a violência do Estado, é a arma. A formação dos Estados Nacionais do século XIX, segundo Pedro Oliveira, garantiram ao Estado o monopólio da violência com a organização de instituições policiais e de exércitos e construíram suas identidades nacionais a partir de ideais de masculinidade fundados na virilidade.
A análise das instituições militares e da guerra, sob uma perspectiva de gênero, é uma preocupação recentemente de disciplinas acadêmicas. Esses espaços são observados como exclusivos do sexo masculino, porém, há séculos estão sendo ocupado por mulheres. Da antiguidade ao dias atuais identifica-se a participação de mulheres no espaço da guerra e das armas, mas, sempre de forma restritiva, segundo orientam os estudos de Raymond Carie e as pesquisas publicadas no livro organizado por Susanna Tavera e Mary Nash , pois as mulheres não eram permitidas a participação nos combates, a elas eram destinadas outras atividades como cuidarem os feridos. Porém, ao longo da História algumas mulheres se tornavam guerreiros e elas não agiram