Mudanças Socias Do Brasil No Século XX
O primeiro indicador que trata da qualidade de vida é o percentual da População Economicamente Ativa PEA por ramo de atividade. Um dos grandes avanços da humanidade, do qual o Brasil não escapou, é a diminuição da mão-de-obra empregada na agricultura em favor dos empregos no setor industrial e de serviços13. Alguns analistas consideram ser este um dos dois fatores mais importantes do aumento geral do padrão de vida (Simon, 1995:29); o outro fator é a esperança de vida ao nascer. O decréscimo do percentual de mão de obra empregada na agricultura tem sido utilizado como um indicador de desenvolvimento agrícola, pois menos empregados rurais significa mais máquinas, mais produção e maior produtividade, e também maior desenvolvimento econômico (idem:124). Além disso, o trabalho agrícola está associado a condições de vida precárias se comparadas com a vida em cidades: maior incidência de doenças infecta-contagiosas, menor expectativa de vida, maior pobreza, pouco acesso a serviços etc. O deslocamento da PEA da agricultura para os serviços e a indústria segue trajetória idêntica ao deslocamento da população do campo para a cidade.
Em 1940, a mão de obra agrícola representava 66% de toda a PEA, hoje responde por apenas 26%. Esta mudança ocorreu com a incorporação da PEA pela indústria e pelo setor de serviços. A indústria, por seu turno, passou por um ponto de inflexão em 1980, a partir de então conhecemos a mudança de uma indústria que empregava uma fatia cada vez maior da PEA, para uma indústria que emprega cada vez menos. O avanço tecnológico provavelmente não permitirá a reversão de tal tendência. O trabalho na indústria está sendo substituído pelo mundo soft dos serviços. Talvez o maior desafio contemporâneo ao desenvolvimento brasileiro seja este: o de consolidar um setor de serviços dinâmico, capaz de gerar os postos de trabalho demandados.
A taxa de analfabetismo (ou o seu oposto: a alfabetização) é um indicador educacional.