Mudanças da Inserção Brasileira na América Latina
O texto foi escrito por Tullo Vigevani, Doutor em História Social pela USP e atualmente professor da Unesp e pesquisador do Centro de estudos de cultura contemporânea – São Paulo (Cedec) e Haroldo Ramanzini Júnior, na época mestrando da USP e pesquisador do Cedec e, atualmente, doutor em ciência políticas pela USP e publicado pela revista Lua Nova no ano de 2009. O trabalho analisa aspectos políticos e econômicos que influenciaram as posições brasileiras em relação aos processos de integração regional na América do Sul, principalmente o Mercosul, desde o final dos anos oitenta. Nessa resenha, porém, foi dado ênfase na argumentação relativa aos anos 2000.
Como apresentado por Pecequilo (2008), existe um debate envolvendo a natureza das prioridades da política externa brasileira no qual se opõem duas tendências: a hemisférica-bilateral e a global multilateral. Porém, como a autora mesmo expõe, este debate é enganoso, uma vez que desde a chegada do governo Lula ao poder a agenda brasileira tem se concentrado na combinação dos dois eixos, horizontal e vertical. O eixo horizontal diz respeito às relações sul-sul, entre as quais se destaca os projetos de integração sul-americana, já o eixo vertical se refere aos tradicionais intercâmbios com os países do Primeiro Mundo: EUA, nações da União Europeia e Japão.
Apesar de se colocar a “integração” sul-americana como prioridade de política externa brasileira, os autores afirmam que no tocante ao século XXI os interesses no processo de integração têm por objetivo prioritário garantir melhores condições para os países sul-americanos em outras arenas internacionais. Diferentemente das economias desenvolvidas, as quais têm influência internacional garantida através de seu poder econômico e militar, o Brasil busca sua projeção externa mediante intensa participação nos foros políticos e econômicos regionais e multilaterais, visando diminuir os riscos de vulnerabilidade do país