Mudança no perfil epidemiológico do hiv / aids
Nos últimos anos, vêm ocorrendo importantes mudanças no perfil epidemiológico da AIDS. A epidemia que, em sua primeira fase (1980 a 1986), caracterizava-se pela preponderância da transmissão em homens homo e bissexuais, de escolaridade elevada. Um caso foi reconhecido retrospectivamente, no estado de São Paulo, como tendo ocorrido em 1980.
A segunda fase da infecção pelo HIV (1987 a 1991), caracterizou-se pela transmissão sanguínea, particularmente na subcategoria de usuários de drogas injetáveis (UDI), iniciando um processo simultâneo de pauperização e interiorização da epidemia, ou seja, mais pessoas com baixa escolaridade e de cidades do interior se infectaram. Finalmente, em sua terceira fase (1992 até nossos dias), houve uma explosão no número de casos decorrentes da exposição heterossexual. Isto se traduziu em introdução importante de casos em mulheres, produzindo o que ficou conhecido como feminização da epidemia. Para se ter uma idéia da magnitude deste problema, entre 1994–98, o número de casos de AIDS na população masculina cresceu 10,2%, enquanto na feminina o crescimento foi de 75,3%.
Em relação às subcategorias de exposição, 43,5% são heterossexuais, 21,8% são homo/bissexuais e 12,1% são usuários de drogas injetáveis e os demais fazem parte da proporção de casos notificados sem registro da categoria de exposição.
Neste mesmo período, 1994–98, os casos por exposição heterossexual ao HIV cresceram 113%, enquanto que os de exposição homo/bissexuais aumentaram 8,6%. Isto significa que, hoje, a exposição heterossexual representa a principal subcategoria de exposição ao HIV.
Entre os UDI o decréscimo no número de casos foi de 18%, no mesmo período. As razões para esse declínio foram: mudança do padrão de uso de drogas, ações de prevenção e a alta mortalidade nesse grupo, devido à alta prevalência de UDI HIV+ diagnosticados na primeira metade da década de 1990.
No último trimestre de 2000, no Brasil,