As tres perspctivas do serviço
O Processo de Renovação que o Serviço Social vivenciou a partir de fins da década de 1960, não seguiu um mesmo padrão na abordagem e tratamento do instrumental técnico.
Isto se deve justamente por esse processo ter comportado momentos e direções distintas, as quais foram captadas por José Paulo Neto sob três grandes perspectivas tendenciais: Perspectiva Modernizadora, Perspectiva de Intenção de Ruptura e Perspectiva de Ritualização do Conservadorismo.
PERSPECTIVA MODERNIZADORA -
Os primeiros anos da década de 60 desencadeiam um início de mudanças significativas no SS, em uma conjuntura de aprofundamento do debate político na sociedade diante do agravamento da questão social e dos níveis de empobrecimento da população trabalhadora, contrastando com os índices de crescimento econômicos verificados em finais dos anos 50.
O II Congresso Brasileiro de SS, realizado no Rio de Janeiro em 1961, representa o marco oficial da inserção da profissão no projeto desenvolvimentista e da incorporação do DC, em uma perspectiva modernizadora e de atualização da profissão frente às novas demandas do Estado e setores dominantes.
As classes populares se organizam e se politizam crescentemente. Esse intenso movimento político-cultural reúne profissionais, intelectuais, trabalhadores em torno da luta anti-imperialista na defesa de um projeto nacional-desenvolvimentista.
Destacam-se a intervenção ativa do movimento estudantil, através da UNE, e as transformações da Igreja Católica na América Latina, agora sob os influxos do Concílio Vaticano II (1962), que dá origem à chamada Igreja Popular, primeiro passo para a formulação da “teologia da libertação”.
O SS recebe as influências dessa conjuntura e, pela primeira vez, observa-se no meio profissional um movimento inicial de crítica à s práticas tradicionais, assistencialistas e integradoras desenvolvidas até então.
Os primeiros anos da década de 60 desencadeiam um início de mudanças