Muamar kadafi
O país se transformou na última década no paraíso das grandes multinacionais do petróleo e empreiteiras, que vão da Shell e BP à brasileira Odebrecht e as construtoras turcas. Não é à toa que o levante contra a ditadura de Kadafi tenha levado nervosismo aos grandes executivos e elevado o preço do petróleo no mercado internacional.
Da nacionalização à entrega
O então capitão Muammar Kadafi subiu ao poder após um golpe militar contra o rei Ìdris I, em 1969. Dez anos depois de o país árabe ter descoberto petróleo em seu subsolo, o que o tornou um dos países mais ricos da região. Hoje, a Líbia é o terceiro maior produtor de petróleo do continente africano, responsável por 2% da produção mundial.
Inspirado pelo presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, e o nasserismo, Kadafi põe em prática um pan-arabismo nacionalista, expropria e nacionaliza as empresas e petroleiras estrangeiras e desmonta bases militares britânicas e norte-americanas instaladas no país. Ao mesmo tempo, se aproxima de grupos como a Frente Popular pela Libertação da Palestina e oferece apoio até mesmo ao IRA.
Kadafi faz um sistema político que seria um meio termo entre o capitalismo e o socialismo, influenciado pelo islamismo, que batiza de “jamahiriya”, ou “Estado das massas”. Na prática, impõe uma ditadura nacionalista burguesa baseada na articulação com líderes tribais.
A nacionalização e os recursos vindos do petróleo garantiram uma relativa melhoria na vida da população. Por outro lado, os embates com o imperialismo extrapolaram o discurso antiimperialista e descambou em conflitos militares. Em 1986 uma bomba explodiu em uma danceteria