Muamar Kadafi
20/10/2011
Às 9:45 \ Internacional
Em 1969, aos 27 anos, o jovem militar Muamar Kadafi deu início a um golpe de estado contra o rei Idris I, na Líbia. O monarca foi deposto, e ao assumir o poder, em 1º de setembro daquele ano, Kadafi colocou em prática uma ditadura que perduraria por mais de quatro décadas, batendo todos os recordes de duração de uma tirania, tanto na África como no mundo islâmico. Após oito meses de revoltas populares, iniciadas em fevereiro de 2011, o mundo finalmente vê o velho coronel, agora com 68 anos, ser capturado pelos seus opositores em um país que comandou com mão de ferro (e uma interminável coleção de excentricidades).
No início da década de 1970, o governo militar líbio – que se definia como socialista, e não marxista -, nacionalizou todas as companhias de seguro e bancos, inclusive os estrangeiros. As posições em política interna e externa de Kadafi, além de seu comportamento religioso, já se mostraram extravagantes desde o início. O chefe de estado prometeu, por exemplo, reformar a legislação líbia e implantar uma Constituição baseada exclusivamente nos preceitos do islamismo.
Em entrevista concedida a VEJA em fevereiro de 1973, Kadafi falou sobre a revolução na Líbia, os preceitos do Corão e as polêmicas questões diplomáticas que envolviam o país. Para esclarecer sua própria filosofia política à ocasião, Kadafi escreve seu Livro Verde, apresentando uma alternativa nacional ao socialismo e ao capitalismo, combinada com aspectos do islamismo. Em 1986, VEJA traçou um perfil do “vilão do deserto”, na qual descreve a personalidade do dirigente líbio e sua forma de governar.
Imperialismo - Em 1970, Kadafi, ao lado dos presidentes do Egito e do Sudão, realiza o último sonho de Gamal Abdel Nasser, o adorado líder egípcio e nacionalista árabe. O trio anuncia a formação de uma confederação entre os três países. No ano seguinte, a Líbia se une ao Egito e à Síria para constituir a