MPB na era do rádio (cap. 2)
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O segundo capítulo, “Mudanças no Rádio, no Disco, na Música”, do livro “A Música Popular Brasileira na era do Rádio”, começa contando a dificuldade das emissoras do rádio de se manterem no ar quando começou a concorrência da televisão. Esta atraiu grande parte dos recursos antes dirigidos para o rádio. No Rio de Janeiro, por exemplo, somente a Rádio Nacional teve fôlego para enfrentar a competitividade. Em São Paulo, somente a Record resistia. Na segunda metade da década de 50, houve o fim do rádio broadcasting, ou seja, dos grandes programas que envolviam produções hollywoodianas. A televisão ou o desemprego foi o que sobrou aos profissionais que antes trabalhavam nesses elencos fabulosos, pois as emissoras, em busca da adaptação aos novos tempos e à nova linha de programação, tiveram que acabar com os grandes programas e dispensar pessoal. Logo após, Sérgio Cabral retoma aos anos 30, época na qual o Rio de Janeiro contava com quatro emissoras e São Paulo com duas na capital e várias no interior. Foi uma época rica para a música popular e para o rádio, inovando ainda mais com o surgimento do sistema elétrico da gravação de discos. Esta foi introduzida, em 1927, pela gravadora Odeon. Assim, houve uma evolução na música, visto que, com o sistema de som capaz de registrar qualquer tipo de voz, a música que era antes mais gritada que cantada, podia ser cantada de maneira coloquial. Mário Reis tornou-se, dessa forma, o pai da música popular brasileira. Seu primeiro disco foi lançado pela gravadora Odeon em 1928 e a música passou a ser procurada como jamais fora em qualquer outra época. A partir do final dos anos 20, a gravação de tantos discos permitiu o acompanhamento, através das letras das músicas, da evolução dos acontecimentos políticos. Eduardo Souto e Freire Júnior lançaram músicas sobre a substituição da moeda ou sobre as eleições presidenciais marcadas para 1930, por exemplo. Nesse contexto, também surge o samba do