Movimento zapatista e a rede de solidariedade na construção da mídia alternativa
COMUNICAÇÃO SOCIAL
MOVIMENTO ZAPATISTA E A REDE DE SOLIDARIEDADE NA CONSTRUÇÃO DA MÍDIA ALTERNATIVA
MARIANE COSTA MATOS
Niterói
2012
O Movimento Zapatista nasce em uma região fortemente marcada pelo desprezo com os indígenas e pela atuação violenta dos grandes latifundiários, a região de Chiapas. Muito embora comumente se relacione o seu surgimento com o ano de seu primeiro anúncio para o mundo, 1994, a sua construção data de muitos anos anteriores, fala-se em um primeiro embrião após o grande massacre Tlatelolco ( a morte de centenas de estudantes e militantes em 1968 durante uma manifestação pacífica). Após o episódio muitos se direcionaram para o sudeste mexicano com um objetivo de estruturar melhor a luta por liberdade e democracia (direito a terra, educação, trabalho, saúde, melhores condições de vida). Foram anos e anos convivendo ensinando e aprendendo com os indígenas e construindo o que em meados dos anos 80 começou a se configurar como Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), mas que só nos anos 90, em meio a iminência do Nafta(Tratado de livre Comércio da América do Norte), anunciou-se ao mundo deixando desde o primeiro momento a indignação e inquietude bastante claras gritando para todos “Ya Basta!”. Como uma faísca de esperança diante de um fogaréu de injustiça e invisibilidade, o EZLN se apega bastante não só as novas tecnologias ao seu favor como também as tradições indígenas tão invisíveis quanto esse povo. Uma vez na selva, os militantes da cidade tentam se aproximar dos indígenas da selva de Lacandona, fazem um acordo de que esses ensinariam aos jovens locais a defenderem a comunidade das ações dos jagunços, enquanto em troca teriam abertura e inserção para a vida na selva. Em um primeiro momento, durante a estadia na selva, foi avaliada a necessidade da preparação militar do exército popular zapatista, ou seja, a aquisição de armas devido ao conhecimento prévio do estado opressor ao qual eles