Movimento operário
Parte 1: Por ocasião da proximidade das comemorações do 1º de maio, dia internacional dos trabalhadores, o Causa Operária publicará até a data uma série de matérias com o intuito de elaborar um esboço da história do movimento operário no Brasil, como forma de auxiliar na orientação da vanguarda operária para as lutas que se preparam para a próxima etapa
5 de abril de 2009
Em 1900, o Brasil possuía em torno de 55 mil operários. As primeiras indústrias surgiram no final do século XIX e a classe operária era composta em sua maioria - cerca de 90% - por imigrantes europeus, principalmente italianos, espanhóis e portugueses, e outros em número bem menos expressivo, como alemães, austríacos e poloneses.
Inicialmente, a imigração foi estimulada pelos chamados Barões do Café, na década de 1870, no Estado de São Paulo, política impulsionada pelas revoltas escravas em todo o país que viria a culminar na abolição da escravidão no final da década seguinte. Essa tendência teve grande crescimento principalmente nas duas últimas décadas do século XIX, quando o número de imigrantes italianos ultrapassou um milhão.
Nos Estados Unidos e na Europa, nesta época, já havia grandes indústrias onde se concentravam milhares de operários. Nos países do norte da Europa, como Alemanha, Inglaterra e Holanda, já atuavam partidos socialistas fortes e bem organizados de orientação marxista. No Sul da Europa; França, Itália, Espanha, principalmente nos países de desenvolvimento capitalista retardatário, com forte presença camponesa, pelo contrário, o anarco-sindicalismo em alguns casos superava a influência dos marxistas sobre a classe operária.
No Rio de Janeiro, surgiram já no fim do século XIX, diversos periódicos de orientação anarquista: O Protesto, de 1899, que contou com 11 edições, O Libertário, em 1904, Terra Livre, de 1905.
Em São Paulo era maior o número de periódicos socialistas, como O Socialista,