Movimento operario e socialismo
Os operários jamais aceitaram passivamente as novas condições. As diferenças sociais tornavam-se mais agudas, passando a existir uma diferenciação até mesmo dos locais de moradia da burguesia e do proletariado. Uma das mais infelizes consequência sociais do primeiro sistema fabril foi a exploração de mulheres e crianças. Em Lião, em 1777, havia 3823 crianças ocupadas no fabrico de sedas, numa força total de trabalho de 9657.
As queixas mais sérias dos operários das fábricas e das minas referiam-se a excessivas horas de trabalho, salários baixos, multas e o sistema de permuta segundo o qual os patrões pagavam em genêros e não em dinheiro. Os homens, as mulheres e as crianças trabalhavam doze horas ou mais por dia e estavam geralmente exaustos quando regressavam a sua casa. Visto a certos patrões interessar que as máquinas trabalhassem continuamente, introduziram-se turnos noturnos em algumas indústrias. O número de dias trabalhados no ano aumentava. Por vezes o domingo era dia de trabalho também, apesar do protesto da igreja. Nos distritos onde os aprendizes costumavam ter as segundas-feiras livres, os patrões faziam o possível por abolir esse Hábito. E, nos países católicos, os dias santos eram gradualmente reduzidos nas fábricas.
Tais condições produziram a resistência, que se expressou de diversas maneiras. A primeira manifestação da resistência foi o movimento "ludita". Inspirados em Ned Ludd, os operários ingleses deram início à destruição de maquinas, identificadas como as responsáveis pela sua situação de miséria. A reação governamental foi violenta, com perseguições aos luditas, havendo até mesmo condenação a morte.
A partir de 1830, observa-se um segundo