Movimento hip hop
Gente pobre, com empregos mal remunerados, baixa escolaridade, pele escura. Jovens pelas ruas, desocupados, abandonaram a escola por não verem o porquê de aprender sobre democracia e liberdade se vivem apanhando da polícia e sendo discriminados no mercado de trabalho. Ruas sujas e abandonadas, poucos espaços para o lazer. Alguns, revoltados ou acovardados, partem para a violência, o crime, o álcool, as drogas; muitos buscam na religião a esperança para suportar o dia-a-dia; outros ouvem música, dançam, desenham nas paredes.
Por incrível que pareça, não é o Brasil. Falamos dos guetos negros de Nova York nos anos 60, tempo e lugar onde nasceu o mais importante movimento negro e jovem da atualidade, o Hip-Hop. As semelhanças não são coincidência: tanto os Estados Unidos como o Brasil foram construídos com o trabalho escravo de negros sequestrados de suas terras na África. Aqui e lá, a abolição da escravatura foi conseguida com luta e revolta, batalhas incontáveis, meras notas de rodapé nos livros de História, cheios de seus heróis brancos tão generosos, que estenderam a mão para tirar índios e negros de sua ignorância, seus costumes bárbaros, suas religiões pagãs.
Como no Brasil há tantos nordestinos na periferia., nos guetos americanos juntaram-se aos negros outros marginalizados. Em Nova York, completaram o caldeirão humano do gueto os imigrantes latinos, de países como México e Portos Ricos, também considerados ralé pelos americanos brancos, por sua pele morena e olhos indígenas, herdados de seus ancestrais igualmente escravizados.
Mas, se periferia é periferia em qualquer lugar, o que levou ao nascimento do Hip-Hop logo ali?
Hip Hop no EUA
Anos Rebeldes Muitos estados americanos, sobretudo os do Sul, onde a escravidão foi mais difundida, tinham, até a década de 60, leis semelhantes às do Apartheid. Nos ônibus, havia bancos separados para negros e brancos, em muitos lugares os negros nem podiam entrar. Até 1954, as escolas públicas eram ou