moveis barroco
LEPAC – Laboratório de Estudo e Pesquisa em Arte Colonial http://www.ufrgs.br/artecolonial/pindorama Algumas questões sobre o Mobiliário Colonial
Por Marize Malta, Profª. EBA - UFRJ*
PREPARANDO O TERRENO
Antes de tratarmos especificamente sobre o mobiliário colonial, é necessário que algumas questões sejam colocadas.
O
mobiliário, classificado como arte decorativa ou arte utilitária, não é algo destituído de controvérsias, preconceitos e falta de familiaridade dos estudiosos da arte. Faz-se prudente situá-lo principalmente para aqueles que se debruçam sobre as artes visuais.
Pesquisar artes decorativas no Brasil é tarefa a que muito poucos se dedicam, reduzindo ainda mais o universo quando o tema é mobiliário.
Se por um lado a situação oferta amplos
horizontes de pesquisa, por outro amesquinha o campo de discussões e contribuições e principalmente enfraquece o conhecimento de sua idiossincrasia, dificultando o estabelecimento de uma base teórica própria. É comum encontrarmos colecionadores e antiquários como os ditos especialistas em mobiliário. Não há por parte deles comprometimento com o estudo histórico do mobiliário.
Seus
conhecimentos são adquiridos, normalmente, de forma autodidata e
Revista PINDORAMA 2
LEPAC
– Laboratório de Estudo e Pesquisa em Arte Colonial http://www.ufrgs.br/artecolonial/pindorama com intenções comerciais. Contudo, muito do que hoje se conhece sobre mobiliário brasileiro foi proveniente de suas vivências e experiências com
esses
móveis
antigos.
Como
afirmou
Luiz
Seraphico em 1977: Observamos na ação classificadora que a assimilação costumeira criou quase que tradições orais entre os que conhecem o mobiliário brasileiro (SERAPHICO, p.12).
Esses
conhecedores
de
quem
Seraphico
nos
fala
não
eram
historiadores da arte.
Como os historiadores da arte não se interessaram pelo mobiliário, surgiu a idéia de que os móveis