Quando falamos em movimento humano, devemos nos referir a um pré-ato, isto é, uma intencionalidade que Manoel Sérgio (1999) chama de Motricidade Humana. De acordo com o autor, a essência do ser humano está no movimento em busca da transcendência. Assim quando falamos em motricidade, devemos pensar no gesto intencional, manifesto pelo corpo a partir de dentro e não do exterior. Como ciência, a Motricidade Humana tem por objetivo ler as ações do praticante que através de seu gesto intencional visa transcender. Ela também tem por objetivo a formação de pessoas críticas, que incorporem o conhecimento adquirido para que venham a intervir culturalmente e politicamente no sentido emancipatório (SÉRGIO, 1999). Neste sentido, Trovão do Rosário (1999, p. 35) nos diz que: Como todas as ciências, a Motricidade Humana tem de gerar cultura; uma cultura fundada mais na sabedoria do que no saber muitas coisas; uma cultura em que as verdadeiras ciências para serem eficazes não podem atender a tudo e em que as Teorias, por mais belas que sejam, deverão ser sempre consideradas como aproximações. Para o autor, esta ciência estudará as relações existentes entre o corpo e o meio ambiente, assim como as transformações que ocorrem desta relação; a adaptação do inato pelo adquirido; a forma como as ciências sociais e biológicas, juntas, explicarão as dúvidas que anteriormente eram somente de uma. Estudará também os processos que estruturam nosso pensar e o nosso fazer; as técnicas corporais utilizadas nas diversas circunstâncias da vida e em todas as idades; as relações existentes entre o ser humano e seus semelhantes. Estudará as múltiplas formas de maturação e desenvolvimento do ser humano, através de processos que levem em consideração, quem somos, o que fazemos e o que pensamos. Segundo Feitosa (1999) a ciência da Motricidade Humana ao lançar o ser humano para dentro de si mesmo, desencadeia o auto-conhecimento, pois deste modo encontramos a essência humana, ou seja, a sua