MOSAICISMO: IMPLICAÇÕES NA SÍNDROME DO X FRÁGIL
Resumo
A síndrome do X Frágil (SXF) é caracterizada por uma mutação em um gene no cromossomo X chamado FMR-1 (Fragile X Mental Retardation 1), que apresenta em sua região reguladora (porção 5’ não traduzida), uma repetição de trinucleotídeos (CGG), cujo número varia de 5 a 44 nas pessoas normais da população. O gene FMR-1 é responsável pela expressão da proteína FMRP (Fragile X Mental Retardation Protein), relacionada ao desenvolvimento e função normal do cérebro, cuja ausência está associada aos sintomas característicos da síndrome. As pessoas afetadas apresentam atraso no desenvolvimento, problemas de comportamento e, eventualmente, características físicas peculiares, como face alongada, orelhas grandes e em abano, mandíbula proeminente e macroorquidia. Estima-se que 1 em 2500 homens e 1 em 5000 mulheres sejam afetados pela mutação completa, sendo, na maioria das vezes, os homens mais gravemente afetados do que as mulheres. Portadores da mutação completa, característico por conter mais que 200 repetições do CGG, muitas vezes possuem mosaicismo em suas células, devido à instabilidade da expansão de repetição do CGG. O mosaicismo pode estar relacionado quanto ao número de repetições do CGG, ao status de metilação e também por algumas deleções no gene FMR1. O presente artigo, portanto, tem como objetivo esclarecer se a expressão da proteína FMRP é suficiente para o adequado funcionamento cognitivo. Através da revisão bibliográfica, foi possível concluir que para o mosaicismo mutacional e mosaicismo da deleção, não há diferenças no melhoramento cognitivo, ao contrario do mosaicismo de metilação, que apresenta, embora a nível reduzido, quantidade suficiente para o funcionamento cognitivo normal.
Palavras Chaves: Síndrome do X Fragil, mosaico, mosaicismo, metilação, proteína FMRP.
1 INTRODUÇÃO
A Síndrome do X-Frágil (SXF) é uma doença genética causada por uma mutação em um gene no cromossomo X chamado FMR1