Morte

A MORTE E A HISTÓRIA

Os povos antigos acreditavam que se morria por uma necessidade da natureza onde os deuses estariam envolvidos em todo o processo de viver até que a morte por fim chegasse. Atualmente isso não é mais aceito como premissa de terminalidade da vida. É tentado o prolongamento máximo da vida, na qual tem por fim o ideal de finalização como súbita, sem sofrimento, placidamente com o individuo idoso, lúcido, saudável e sem ter consciência de estar morrendo. Esse perfil de morte ideal contrasta com o fato de que se morre muitas vezes hospitalizado, doente e cercado de artifícios que de fato acabam por prolongar a vida até que a equipe médica acene que não há mais possibilidade de recuperação. A morte é reconhecida somente pelos seres humanos. Alguns animais tem certa percepção do morrer, mas não são capazes de conceituar a morte em sua plenitude. Acabam por manifestar comportamentos instintivos que associamos a percepção de finitude. Toda sociedade para se constituir requer mitos acerca do inicio e fim da vida, e as atitudes decorrentes desses mitos se configuram de acordo com a cultura, o período e os próprios mitos relacionados ao começo e ao fim. No entanto alguns elemento são comuns e transcendem cultura e tempo:
A) A CONTINUIDADE PÓS MORTE: diversas culturas e religiões consideram de alguma forma a perpetuação da vida após a morte, seja por imortalidade da alma ou por encaminhamento a uma segunda vida. A tradição de dar o nome de antepassados a novos integrantes da família é uma forma de vencer a morte e mantar aquele indivíduo vivo.
B) RITOS FUNEBRES PARA EXPRESSAR, REABSORVER E EXORCISAR O IMPACTO DO ANIQUILAMENTO: há a noção de que a perda de um individuo do grupo representa uma ameaça a coesão social. Manifestações de celebração pós morte acaba por sendo a alternativa encontrada para transformar esse fenômeno natural em cultural.
C) UM ESTADO INTERMEDIÁRIO ENTRE A VIDA E A MORTE: o morto permanece como vivo (em termos) por certo tempo