A Morte
WALTER VIEIRA DA SILVA JUNIOR
® 1994
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INTRODUÇÃO
Dela se fala sem tê-la experimentado, pois quem já experimentou não pode mais falar dela. É incontestável o fato de que o homem morre. A experiência da morte não foge ao nosso conhecimento, pois temos a visão dos outros que morrem e temos a consciência de que a vida é uma progressiva sujeição à morte. Do ponto de vista filosófico, morte é a separação da alma e do corpo. A morte clínica é a cessação das funções essenciais do corpo, mas não há necessariamente uma separação da alma e do corpo. A morte absoluta é a separação definitiva da alma e do corpo.
TEORIAS SOBRE A MORTE
De Platão a Kant, os filósofos consideram a morte como a extinção apenas do corpo. A alma continuaria a subsistir no mundo dos espíritos. Segundo Platão, há em nós uma atividade pela qual conhecemos o Bem, o Belo etc. Esse conhecimento não é atingido por meio dos sentidos, mas afastando-se deles. Há uma vida própria ao espírito, independentemente do corpo. A nossa alma é eterna e imutável assim como as idéias. Aristóteles também vê na operação intelectiva um sinal de espiritualidade.
Para S. Agostinho, a alma atinge a verdade no conhecimento intelectivo. Enquanto sede da verdade, ela é imortal como a verdade. Para S. Tomás, a operação intelectiva se realiza sem o concurso do organismo corpóreo. A alma possui um ato próprio de ser. Como esse modo de ser situa-se na esfera do espírito, ela é imortal, não podendo ser contagiada pela morte do corpo. A morte é um modo do corpo. Segundo Kant, a razão prática ensina que a virtude perfeita é o caminho para conjugar a vontade à lei moral.
Tal virtude não é realizável em um só instante, mas apenas através de uma progressão indefinida do ideal. E esse progresso indefinido só é possível em uma indefinida duração da existência.
Para os filósofos seguintes, a