Morfologia e Lexicologia do Portugues
Sabemos que a Morfologia estuda a estrutura, a formação, a classificação e as flexões das palavras. Neste capítulo, iniciamos nossos estudos de Morfologia: vamos investigar a estrutura e os processos de formação das palavras de nossa língua.
Se pensarmos em palavras que mantêm alguma semelhança com o substantivo governo, poderemos encontrar o seguinte grupo: governo; governa; desgoverno; desgovernado; governadores; ingovernável; ingovernabilidade.
Todas essas palavras têm pelo menos um elemento comum: a forma goven-. Além disso, em todas elas há elementos destacáveis, responsáveis pelo acréscimo de algum detalhe de significação. Compare, por exemplo, governo e desgoverno: o elemento inicial des- foi acrescentado à forma governo, trazendo o significado de "falta, ausência, carência".
Continuando esse trabalho de comparação entre as diversas palavras que selecionamos, podemos depreender a existência de diversos elementos formadores: govern-o; goven-a; desgovern-o; des-govern-a-do; govern-a-dor-es; in-govern-á-vel; in-govern-a-bil- i-dade
Cada um desses elementos formadores é capaz de fornecer alguma noção significativa à palavra que integra. Além disso, nenhum deles pode sofrer nova divisão. Estamos diante de unidades de significação mínimas, ou seja, elementos significativos indecomponíveis, a que damos o nome de morfemas.
4. PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
A língua portuguesa apresenta dois processos básicos para formação de palavras: a derivação e a composição.
Há derivação quando, a partir de uma palavra primitiva, obtemos novas palavras (chamadas derivadas) por meio do acréscimo de afixos. Isso ocorre, por exemplo, quando, a partir da palavra primitiva piche, formamos pichar, da qual por sua vez se forma pichação, pichador; também ocorre quando obtemos impessoal a partir de pessoal ou ineficiente a partir de eficiente. Como veremos mais adiante, a derivação também pode ser feita pela supressão de morfemas ou pela troca de