morango e chocolat

Morango e Chocolate
Estudo dos Conceitos da Semiótica Russa

Dirigido por Tomas Gutierrez Alrea, Morango e Chocolate é um filme de 1993 que apresenta a Cuba do começo dos anos 90 como sua semiosfera, seu espaço-tempo onde dois personagens catalisarão um processo de semiose que é exposto em sua ação do início até um ponto onde a semiose atingiu um nível de intercâmbio orgânico considerável de signos e valores, firmando novos parâmetros para cada personagem.
David é o personagem que protagoniza a narrativa e cujos signos que o envolvem o colocam, dentro da semiosfera, mais próximo do centro, do local onde os signos da Cuba pós-revolução estão estabelecidos conforme as determinações das autoridades e do poder local. Ou seja, a cultura a qual David busca representar é modelizada a partir das convenções do Partido, que gere vários aspectos da cultura local e produz parte de seu texto. David é um estudante universitário que acredita na essência da Revolução Cubana e que está começando a transitar no território do sexo e do amor.
Diego é um artista homossexual cristão e, consequentemente, percebe-se como marginalizado, como residente da periferia desse espaço-tempo, e por isso mesmo assume uma postura contestatória. Diego vive em várias fronteiras que não são legítimas aos olhos do Partido Socialista de Cuba. Sua marginalidade tem a ver com os signos que ele representa através de seu comportamento sexual, religioso, artístico, crítico e de consumo ilegal. Esses signos não interferem com muita força no seu sentimento, a princípio, de pertencimento a Cuba pós-revolucionária, mas sim a Cuba na condição política e social criada no momento.
Os dois personagens se envolvem e dão início a modelizações em suas vidas através do intercâmbio de signos e textos relacionados a literatura, arte, sexo, amizade, bens de consumo capitalistas proibidos na Cuba socialista, política, vida.
Através da literatura e da arte, mas intencionado no sexo, Diego se aproxima de Davi e