modo de produção
No modelo marxista, o modo de produção esta vinculado ao excedente acumulado e a sujeição da força, no qual se usa a força de trabalho para produzir mais. Para Clastres esse tipo de modo de produção não está voltado para o sustento próprio, e sim para gerar poder político. A atividade de produção se afasta de sua finalidade inicial, de troca e reciprocidade, gerando uma alienação do trabalho. Essa alienação sucede, à medida que o trabalho consome todo o tempo que poderia ser gasto com qualquer outra atividade, visto que o homem fica escravo desse modelo. Nas sociedades primitivas esse tipo de alienação não acontece devido à sociedade usarem para as atividades de produção somente o tempo necessário, pois só produzem o essencial para sobrevivência.
Além disso, no modo de produção marxista a economia passa a ter um caráter de alienação política, no qual o poder é mais importante que o trabalho. Essa alienação politica gera a ascensão do Estado e determina uma sociedade desigual dividida entre classes: dominantes e dominados, patrão e empregado, e por consequência provoca o monopólio dos meios de produção. Clastres faz crítica, esse modelo, já que somente uma pequena classe na sociedade pode usufruir. Nas sociedades primitivas não há um monopólio dos meios de produção, visto que são sociedades igualitárias, os meios de produção são acessíveis a todos.
Portanto, para Clastres com a ascensão do Estado nas sociedades a economia se torna política e gera uma alienação do trabalho e dos meios de produção, gerando desigualdade entre os homens.