modernismo
COMEÇAR COM O POEMA QUE COMEÇOU A SEMANA DE ARTE
MODERNA DE 22”- 11 A 18 DE FEVEREIRO DE 1922
OS SAPOS – MARNUEL BANDEIRA https://www.youtube.com/watch?v=Dx5juVv1wSo Os Sapos
Enfunando os papos, Saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi: - "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom Frumento sem joio.
Faço rimas com Consoantes de apoio.
Vai por cinquüenta anos
Que lhes dei a norma: Reduzi sem danos
A fôrmas a forma.
Clame a saparia Em críticas céticas:
Não há mais poesia, Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei!"- "Foi!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro: - A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário. Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário, Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe), Falam pelas tripas,
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita, Lá onde mais densa
A noite infinita Veste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé, No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu, Transido de frio,
Sapo-cururu Da beira do rio...
POEMA MUITO IMPORTANTE: MARCA O INICIO DE UM NOVO
MODO DE PENSAR SOBRE A ARTE E SOBRE O BRASIL E SUA
IDENTIDADE
vaias da platéia. Ao ridicularizar os parnasianos por seu apego à métrica, Os Sapos representou uma espécie de declaração de princípios dos modernistas. A partir de então, estavam liberados os versos sem rima. Tiraram, enfim, os grilhões da poesia..
"O principal legado da Semana de Arte Moderna foi libertar a arte brasileira da reprodução nada criativa de padrões europeus, e dar início à construção de uma cultura essencialmente nacional.”
“propósito renovar, transformar o contexto artístico e