Modernismo
Alcântara Machado Antônio de Alcântara Machado nasceu em São Paulo, em 1901 e faleceu, com 34 anos de idade, no Rio de Janeiro em 1935. Filho e neto de professores da Faculdade de Direito de São Paulo, aí também se formou em Ciências Jurídicas e Sociais em 1923.
Apesar de sua formação profissional e de sua descendência aristocrática, que incluía professores, juristas, senadores, diplomatas e veteranos de campanhas do Império, optou pela literatura e pelo jornalismo, tendo como primeira obra publicada Pathé Baby (1926), com prefácio de Oswald de Andrade, de quem recebera muita influência: um livro de crônicas e reportagens escritas na Europa em 1925 e enviadas ao Jornal do Comércio, onde se tornara redator-chefe em 1924.
Integrando o movimento que promoveu a semana de arte moderna, em 1922, e na busca de uma renovação literária, Antônio de Alcântara Machado participou como redator e colaborador da edição das revistas Terra Roxa e Outras Terras (1926), Antropofagia (1928) e ainda fundou a revista Nova (1931-1932).
Sua temática aponta para as inovações urbanas ocorridas no período dos anos 20 e 30, quando tem início a industrialização na cidade de São Paulo e, em especial, nos bairros ocupados por imigrantes italianos, cujo registro de traços comportamentais e linguísticos se encontra bem caracterizados em Brás, Bexiga e Barra Funda (1927).
Em 1961, o Editor José Olympio publica Novelas Paulistanas, reunindo sob esse título quatro obras anteriores: Brás, Bexiga e Barra Funda, Laranja-da-China, Mana Maria e Contos Avulsos.
Obras de Alcântara Machado
Trecho do Livro “Brás, Bexiga e Barra funda”:
Gaetaninho
— Xi, Gaetaninho, como é bom!
Gaetaninho ficou banzando bem no meio da rua. O Ford quase derrubou e ele não viu o Ford. O carroceiro disse um palavrão e ele não ouviu o palavrão.
— Eh! Gaetaninho! Vem pra dentro.
Grito materno sim: até filho surdo escuta. Virou o rosto tão feio de sardento, viu a mãe e viu o