Modernismo momento historico
Um mês após a Semana de Arte Moderna, a política brasileira vive dois momentos importantes: em 1° de março, a eleição para a escolha do sucessor de Epitácio Pessoa na Presidência da República, com a vitória do mineiro Artur Bernardes sobre Nilo Peçanha; nos dias 25, 26 e 27 de março, a realização, no Rio de Janeiro, do congresso de fundação do Partido Comunista Brasileiro.
A eleição de 1922 ocorre em meio a grave crise econômica e, contrariando a norma da República do Café-com-leite, polariza-se entre as candidaturas de Artur Bernardes (representante das oligarquias de São Paulo e Minas Gerais) e Nilo Peçanha (representante das oligarquias de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul). Trata-se de uma disputa motivada por interesses pessoais e locais, e não por propostas diferentes de governo. Entretanto, o acirramento do quadro político e a agitação da campanha eleitoral trazem à tona o descontentamento de importante setor da sociedade: a classe média, representada por jovens oficiais militares, que exige mudanças e tenta impedir a posse de Artur Bernardes.
O processo revolucionário tem início com a revolta dos militares do Forte de Copacabana, em 5 de julho de 1922; o movimento, entretanto, dura apenas 24 horas e termina com a caminhada fatal, pelas ruas de Copacabana, de 17 jovens militares e um civil contra mais de 3 mil soldados das forças governistas. Esse episódio, conhecido como Os 18 do Forte, significou, nas palavras do historiador Edgard Carone, "o sacrifício por um ideal", ficando gravado como símbolo de luta.
Os primeiros anos do governo de Artur Bernardes são marcados por um constante estado de sítio, censura à imprensa e intervenções nos estados. No entanto, essas medidas não são suficientes para estancar a marcha revolucionária: em 5 de julho de 1924, dois anos após os acontecimentos de Copacabana, estoura uma revolução em São Paulo em que os militares exigem o fim da corrupção, maior representatividade