Modernidade e identidade
CAPÍTULO 2
AGENDA PÓS-MODERNA: A IDEOLOGIA APOLOGÉTICA DO CAPITAL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO
Toda ideologia, entretanto, uma vez que surge, desenvolve-se em ligação com a base material das idéias existentes, desenvolvendo-a e transformando-a por sua vez; se não fosse assim, não seria uma ideologia, isto é, um trabalho sobre idéias conhecidas como entidades dotadas de substância própria, com um desenvolvimento independente e submetidas tão-somente às suas próprias leis.
(Karl Marx)
Na modernidade, a ênfase na razão e no aprimoramento do conhecimento pretendeu avançar no domínio da natureza como forma de contribuir para o progresso da sociedade, por isso, nesse período a educação teve um papel bastante relevante. Goergen (2005, p.59) afirma que
a educação, antes destinada a aprimorar a conformidade do ser humano com os desígnios divinos, passa a ser concebida como um instrumento de aprimoramento de uma racionalidade que seja capaz de, desvendando os segredos da natureza tanto humana quanto material, alcançar uma vida melhor para o ser humano aqui mesmo, na Terra.
Segundo este autor, o projeto de emancipação do homem frente à natureza demandava a democratização do conhecimento por meio de estratégias educativas. O projeto pedagógico defendido pelos iluministas buscava aperfeiçoar a razão e universalizar determinados ideais, como a igualdade e a liberdade. O ideal de que a razão transformaria o homem em cidadão emancipado e livre transformou-se num processo de submissão à ordem burguesa e às regras do mercado. Isso ocasionou uma deslegitimação das instituições da modernidade, dentre elas a escola