Resenha Modernidade e Identidade
Anthony Giddens
No livro Modernidade e Identidade, Anthony Giddens inicia seu primeiro capítulo recorrendo ao livro Segundas chances (Judith Wallerstein e Sandra Blakeslee), que conta a pesquisa sobre o impacto do divórcio em sessenta conjuntos de pais e filhos. O estudo disserta o lado negativo e o lado positivo desse acontecimento; a ansiedade e tristeza iniciais do rompimento e a posterior possibilidade de amadurecimento e novas competências. O que Giddens faz é refletir as influências dos acontecimentos sociais na vida de cada um, acontecimentos esses que são agora influenciados pela modernidade. O termo é complexo de ser delimitado, mas pode-se apontar com segurança que algo que a modernidade implica é o extremo dinamismo. Um exemplo claríssimo dessa grande agilidade na transformação e que afeta a vida social de adultos e crianças é o avanço da comunicação. O bate-papo pelos computadores pessoais através da internet já era um nível muito alto de sofisticação, que agora foi parar nos bolsos de cada indivíduo por meio dos smartphones. Outros apontamentos da modernidade que o texto de Giddens traz são o afastamento da tradição, o desencaixe, a reflexividade, a ascensão da organização (estado-nação, por exemplo), dentre outros. E tudo sendo impulsionado pela globalização: a conexão entre local e global (eventos distantes modificando a consciência cotidiana); o esvaziamento do tempo e espaço (sociedades pré-modernas tinham a noção do tempo orientadas por mudanças e fenômenos no ambiente: colheita, pôr do sol, estações. Tempo e espaço estavam juntos. A modernidade passa a ter medidas e referências de tempo independentes do espaço: calendários, por exemplo. A relação com o tempo muda e é muito mais simbólica). Dentre suas explanações, o autor afirma que a alta modernidade não se encaixa à expectativa nem ao controle humanos. Embora a modernidade traga seus benefícios, somos uma "sociedade de riscos". Não temos certos perigos da