Modernidade líquida
O título da obra se refere ao momento da História em que vivemos. A liquidez, a qual Bauman
propõe vem do fato que os líquidos não têm uma forma, ou seja, se movem facilmente.
Eles “fluem”, “escorrem”, “esvaem-se”, “respingam” e se “transbordam”, essa mobilidade
dos fluídos é o que traz a idéia de leveza e que muitas vezes não são facilmente contidos,
diferentemente dos sólidos que são rígidos e precisam sofrer uma tensão de forças para
moldar-se a novas formas.
O autor destaca que o que está ocorrendo hoje é uma redistribuição e realocação dos
“poderes de derretimento” da modernidade. Estamos passando de uma era de “grupos de
referência” para uma de “comparação universal”, que tende a sofrer numerosas mudanças
antes que estes trabalhos alcancem seu único fim genuíno. Os poderes que liquefazem
passaram do “sistema” para a “sociedade”, da “política” para as “políticas de vida”, desceram
do nível “macro” para o nível “micro” do convívio social.
A modernidade começa quando espaço e tempo são separados da prática da vida, quando
deixam de ser aspectos entrelaçados. Na modernidade, o tempo tem história, uma vez que a
velocidade do movimento através do espaço se torna uma questão de engenho, da imaginação
e da capacidade humana. Graças a sua flexibilidade e expansividade, o tempo moderno se
tornou a arma na conquista de espaço. A velocidade do movimento e o acesso a meios mais
rápidos de mobilidade chegaram na posição de principal ferramenta do poder de dominação.
O projeto Panóptico de Jeremy Benthan foi apresentado como um modelo de engajamento e
confrontação entre dois lados da relação de poder, onde o domínio do tempo era o segredo
do poder dos administradores. O Pós Panóptico, ganha força devido ao fato de que o longo
esforço para acelerar a velocidade do movimento