Modelos Atômicos
A primeira notícia sobre alguém que tivesse se preocupado com o universo minúsculo data do século VI a.C. Conta-se que o filósofo Tales (640-546 a.C.) afirmava que todas as substâncias se originam na água, e, tanto quanto possível, retomam à água. Tales e outros filósofos gregos da Antiguidade defendiam a ideia de que todas as coisas tinham uma origem única, que chamavam de arché.
A nota histórica seguinte data do século V a.C., quando o filósofo Leucipo defendia que o universo é constituído por elementos indivisíveis cujo movimento produz ou destrói os objetos, por união ou separação - e pelo vazio. Leucipo não deixou registros de suas ideias, e sua teoria sobreviveu graças a seu seguidor, Demócrito (460-370 a.C.), que melhorou o conceito, afirmando que o universo é formado por um número infinito de elementos invisíveis, por serem muito pequenos e indivisíveis, pois se fossem divisíveis ao infinito, confundir-se-iam com o vazio.
O filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) também propôs uma teoria para a constituição da matéria, considerada inadequada nos dias atuais, diante de tudo que se conhece através das ciências. Simpatizante das ideias de outros filósofos (Anaximandro, Heráclito, Empédocles e Platão), Aristóteles acreditava que a base do mundo material era uma entidade para nós misteriosa, por ele clamada de "matéria primitiva", que não era percebida enquanto não tomasse forma. A forma viria a se materializar no que ele definiu sendo os quatro elementos básicos: fogo, ar, terra e água. Tais elementos eram representados por qualidades físicas, assim denominadas: calor, frio, secura e umidade.
O conceito aristotélico atravessou o tempo, perdurando por muitos séculos e exercendo notável influência no período a seguir. As ideias de Leucipo e Demócrito tiveram repercussões no Ocidente, defendidas pelos filósofos Epicuro (341-271 a.C.) e Leucrécio (97-54 a.C.), mas acabaram sendo soterradas, permanecendo na obscuridade por quase dois mil anos.