Modelo de declaração de imóvel locado sem contrato vigente
ELÍSIO ESTANQUE
Trabalho, desigualdades sociais e sindicalismo*
A área laboral tem vindo, nos últimos anos, a ser fustigada por um vasto conjunto de transformações, no contexto da economia global em que vivemos e sob os efeitos de diversas forças e instituições de âmbito transnacional. Recorrendo a exemplos retirados de estudos empíricos recentes desenvolvidos pelo autor, o presente artigo analisa e discute os processos de mudança em curso, partindo dos problemas ligados ao mundo do trabalho e articulando-os com a questão mais geral das desigualdades e das classes sociais. O principal objectivo é diagnosticar e interpretar criticamente algumas dessas transformações na sociedade portuguesa, mostrando a sua relevância, significado e implicações para o sindicalismo. Assim, após uma reflexão crítica sobre as novas linhas de segmentação do mercado de trabalho e das desigualdades sociais, procura-se apontar um conjunto de questões dirigidas ao campo do sindicalismo, convidando à reflexão e análise crítica das experiências e problemas com que o mesmo se debate. Introdução
O presente texto centra-se na profunda recomposição que vem ocorrendo na economia e no mundo do trabalho, sublinhando a sua estreita conexão com a mudança social mais geral e a reestruturação das classes e desigualdades sociais. O objectivo principal é situar alguns dos problemas e implicações daí decorrentes para o movimento sindical português e os novos desafios que isso levanta no actual contexto de globalização económica.
Começarei por fazer referência às actuais tendências de recomposição laboral, sublinhando a importância dos processos de flexibilização e precarização do trabalho e do emprego. Em seguida, discutirei alguns dos contornos e novas linhas de fractura que se desenham na actual estrutura de classes em Portugal e no contexto transnacional, tendo presentes as múltiplas conexões – entre o mercado e o