Modelo Clínico-Terapêutico e Sócioantropológico da surdez-
1) Modelo Clínico-Terapêutico :
Este modelo está centrado na reabilitação. Segundo ele, a perda auditiva traz consequências ao desenvolvimento psicossocial do surdo, trazendo um atraso intelectual de dois a cinco anos, dificuldades de raciocínio lógico, simbolização, entre outros, diminuindo assim, a sua capacidade de adaptação social. Para que estes problemas sejam evitados é aconselhável que a criança surda seja encaminhada o mais cedo possível a uma escola especializada, para que possa receber estimulação auditiva e oral adequada, adquirindo um desenvolvimento próximo aos padrões de normalidade. De acordo com uma pesquisa realizada numa escola para surdos em Santa Maria, RS, que envolveu famílias ouvintes de alunos surdos que estudam nesta escola; foi-se observado nas famílias entrevistadas essa busca pela cura, que os pais tiveram ou que ainda tem para com seus filhos surdos. Essa busca reflete uma visão da surdez como deficiência. Em suma, o modelo clínico-terapêutico considera a surdez como deficiência, o surdo como anormal, como alguém que precisa ser curado através de implantes cocleares, próteses, e a correção dos defeitos da fala por meio da aprendizagem da língua oral.
2) Modelo Socioantropológico:
O modelo socioantropólogico ganhou força na década de 1970. Esse modelo consiste em considerar que a surdez seja vista como uma diferença cultural que seria basicamente análoga a de outras minorias étnicas e linguísticas. A visão da escola para surdos, não é uma visão clinico-terapêutica , que visa a cura do surdo como um meio de normalidade. Mas sim, vê o surdo por sua diferença cultural e por sua diferença linguística. Esse modelo proporciona práticas discursivas que buscam desnaturalizar essa representação de que o surdo é deficiente por falta de audição e de fala. A surdez, nessa perspectiva, é vista como diferença cultural e política. É