“By definition, infrastructure sustains a condition of continuous flux: it generates on urban dynamic and stimulates movement to the limits of its own capacity or the endurance of the settlement it has helped to create.” (Shannon & Smets, 2010, p. 14) É importante referir algumas noções sobre mobilidade e a evolução dos transportes que acompanharam o crescimento das cidades e influenciaram a vivência e a consolidação dos espaços públicos. A cidade tradicional cresceu de forma contida, com linhas simples e com limites predefinidos, assegurando proteção e defesa das populações. O acelerado processo de industrialização contribuiu para que as cidades perdessem essa referência histórica de limites, deixando de ser organismos simples para se tornarem fragmentadas, policêntricas e desarticuladas. (Mafalda Sampayo, 2003). Consequentemente os limites das cidades tornaram-se demasiado rígidos para se adaptarem às necessidades das diversas formas de mobilidade que foram emergindo (Lacaze, 1995). O crescimento das cidades encontra se diretamente relacionado com o desenvolvimento dos meios de transporte como resposta a necessidades emergentes como por exemplo entrada e armazenamento de bens. Este crescimento e desenvolvimento progressivo, fizeram com que o automóvel surgisse como uma das soluções utilizadas pela população nas deslocações de maior distância, tendo aparecido novas configurações espaciais ligadas a essa utilização. Com estes novos ajustes viários, assistiu-se à divisão de bairros e espaços urbanos, favorecendo a utilização do transporte viário em detrimento da utilização do espaço público. (Ascher, 2001) “O automóvel, que tem sido a alavanca de expansão, tornou-se, por outro lado, no elemento mais perturbador e incómodo da vida citadina.” (Goitia, 1982, p. 178) Nos últimos dois séculos, dado o impacto desta expansão, verificou-se uma alteração da perceção humana em relação à paisagem. Anteriormente o espaço era percorrido a pé, o que promovia um contacto mais