03) Analisando a Alegoria do “Mito da Caverna” seremos obrigados a nos perguntar: O que Platão pretende transmitir? Qual a proposta central? Os conceitos “Bem”, “Metafísica” e “Verdade”, em que modo estão “subentendidos” na Alegoria? Finalmente, situando-nos no “terreno da política” que tipo de sociedade é representada por Platão? Platão, com a Alegoria do Mito da Caverna, pretende transmitir a divisão entre duas realidades: a sensível e a inteligível. A caverna é o mundo sensível o qual vivemos e nós somos os prisioneiros presos a nossos grilhões, que seriam os nossos pré-conceitos, opiniões, crenças e confiança nos nossos sentidos. Só é possível conhecer a Verdade quando nos libertamos dessas influências sensitivas, ou seja, das nossas cegueiras, e vamos para intuição intelectual, para a alma racional, a inteligência, (O mundo inteligível) tendo o ‘Conhecer’ como um ato de libertação e de iluminação. A ideia central do mito é, através de diálogos, fazer compreender-se o sentido da dialética e de como se adquire o conhecimento verdadeiro com o movimento de passagem de um grau de conhecimento para outro. Conhecer a ‘Verdade’ é ver com os olhos da alma ou com os olhos da inteligência. Assim como o Sol dá luz aos olhos, assim também a ideia suprema, o ‘Bem’ (a perfeição em si mesma) dá a alma e as idéias sua bondade (sua perfeição) e é por isso que a alma pode conhecer as idéias. O conhecimento é passividade e atividade da alma: passividade, porque a alma precisa receber a ação das idéias para poder contemplá-las; atividade, porque essa recepção e contemplação constituem a própria natureza da alma, daí sua ‘Metafísica’. A sociedade representada por Platão é a atual sociedade alienada, que vive de aparências, transparecendo (através de mídias, cultura e interesses próprios) apenas o que é conveniente, ou seja, as suas sombras; influenciando as opiniões e crenças, as quais as pessoas acham ser verdadeiras, sendo muito improvável que os homens se